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Educação

Educação e Coaching

O que faz alguém ser mal ou ruim?

  • Por Prof. Paulo Pereira
  • 9 de set. de 2016
  • 4 min de leitura

Dizemos o tempo todo se as pessoas são boas ou ruins, certas ou erradas, boas ou más. Fazemos o juízo de valor até mesmo sem que possamos perceber. Mas você já se perguntou se isso é realmente é verdade? Será que existe pessoas que são simplesmente más e outras que são boas? De onde vem a bondade? Alguns nascem melhores que ou outros? É simplesmente uma questão de escolha? Ou as circunstancias da vida nos influenciam? Será que alguém escolhe o mal ou erra de propósito?

De onde vem o bem e o mal?

Há algo engraçado quando falamos sobre bem ou mal: já percebeu que quando nos posicionamos, criticamos ou falamos sobre outra pessoa, nós sempre somos os certos, e aquele que está do lado oposto é sempre o errado. De fato, pensamos sempre estar fazendo o que é melhor. É quase que automático, mas nem por isso sempre acertamos. Muitas vezes pensamos estar fazendo certo, e vemos algum tempo depois que aquela atitude não foi legal. Será que o bem e o mal está já definido em nós?

É claro que o bem e o mal não nascem simplesmente com a gente. Se não seria como se algumas pessoas nascessem boas e outras más, de modo que o destino de cada um já estivesse traçado e não teria nada que pudéssemos fazer que iria mudar o rumo das coisas. Não acredito nessa visão, seria sem sentido. Nossas atitudes, sem dúvida, nos definem. Nossa educação, os costumes, a criação, as influências, todos são elementos que formam a pessoa que somos.

Somos livres ou somos determinados pelas circunstâncias?

Mas uma dúvida sempre fica. Até onde vão essas influências? O livre arbítrio, a liberdade de decidir o que fazemos não é limitada por nossas circunstancias? Pode ser que sim. Nem sempre somos livres. É necessário reconhecer quais são as amarras que nos prendem, e assim tomar nossa vida nas próprias mãos. Claro que isso não é algo simples. Nós não somos livres quando não conhecemos os condicionamentos a que estamos sujeitos. Em outras palavras, quando eu tenho alguma influência da minha educação que é formada errada ela pode não me deixar ser livre, até o momento em que eu tome consciência dela.

Assim, o bem e o mal vem de nossas atitudes. Não quer dizer que essas circunstancias da vida tiram nossa responsabilidade pelos erros que cometemos. Somos ainda responsáveis, mesmo que não saibamos. E é aí que chego onde gostaria. Quando nos colocamos em uma atitude de julgar o outro, em geral, temos em mente que o outro escolheu errar. Pensamos que o outro é mal (em nossa visão) pelo simples fato de que ele viu os dois caminhos e escolheu seguir o errado, mesmo que este esteja cheio de avisos e placas dizendo que esse é o caminho mal. Bem... essa visão é no mínimo ingênua.

Será que alguém escolhe errar de propósito?

Você acha que alguém em sua consciência, percebe o que é bom e o que é mal, e deliberadamente escolhe o que é mal? Não acho... Em geral o bem e o mal não são diferenciados por um caminho certinho e bonito e outro tortuoso e turvo. Exatamente porque muitas vezes não temos consciência daquilo que nos influencia e assim fazemos julgamentos errados pensando estar fazendo o que é correto. E isso não acontece apenas com os outros. Talvez nos outros seja mais fácil de perceber, mas isso acontece o tempo inteiro com a gente mesmo. Quantas vezes depois de tomar atitudes erradas, nós reconhecemos que o que fizemos foi mal, ainda que talvez não contemos a ninguém.

Pegando exemplos concretos isso fica mais claro, e também mais complexo. Um aluno, indisciplinado, que não fica quieto, ou não consegue se concentrar, será que ele escolhe ser indisciplinado simplesmente? Um adolescente rebelde, mal educado, ou arredio, será que ele um dia amanhece simplesmente inspirado em fazer o que é mal e tirar a paz das pessoas? Uma pessoa, até uma criança, que rouba, pois assim foi ensinada, ou que pede dinheiro para coisas não tão nobres, vamos dizer, será que ela escolhe o que é mal, mesmo tendo consciência do bem? Penso ser pouco provável.

Claro que cada uma destas circunstâncias teríamos elementos para discutir por horas. Mas há algo que penso ser importante para a reflexão. A cabeça pensa de onde os pés pisam. Tudo o que pensamos está condicionado aos ensinamentos, costumes e práticas (talvez o fator mais importante) que vivenciamos.

Para ser bom...

“As palavras convencem. O exemplo arrasta”. Não é o simples fato de sabermos que “disseram que é errado” que nos faz assumir aquilo como verdadeiro. As verdades nem sempre nos convencem. As vezes as regras ou leis nos ensinam uma coisa, mas a realidade nos ensina outra. Não deveria ser assim, mas é.

Assim, não dá para pensar que o outro escolhe deliberadamente aquilo que é errado. E quando entendemos isso passamos a respeitar o processo de encontro com a verdade que o outro faz. Ninguém educa ninguém, dizia Paulo Freire, e é verdade. O que o educador ou um bom amigo pode fazer é dar bons motivos para que o outro, na interação com a realidade, passe a escolher aquilo que é melhor. Isso é educar para a ética! Isso é ensinar a ser livre, bom e verdadeiro.

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