Para que ser livre? Há liberdade na vida social?
- Prof. Paulo Neto
- 3 de jul. de 2017
- 2 min de leitura
Para que queremos ser livres? Devemos fazer o que queremos sempre? É possível ser livre vivendo em sociedade? Ser livre não pode ser apenas fazer o que queremos, até porque na vida partilhada entre outros isso não é possível. Como ser livre então? Para que precisamos de liberdade na vida social?
Um conceito fundamental para refletir sobre a ética e a moral é o conceito de liberdade. Quando falamos de ética e moral, ou seja, quando falamos sobre valores, é importante perceber que não estamos falando apenas sobre uma coleção de ações, costumes ou hábitos que são dados como bons. Ser ético não pode ser definido apenas pelo cumprimento comportamentos que são reconhecidos socialmente como valorosos.
Assim, ser ético também implica em ser alguém que, mais que executar costumes que são considerados certos, também pensa sobre estes costumes e os valores que eles representam, de modo a questioná-los. Para que a pessoa tenha essa capacidade, é necessário que ela seja autônoma, ou seja, que tenha possibilidade de usar seu livre arbítrio para agir e questionar, e que ao mesmo tempo, tenha a capacidade de assumir responsabilidade sobre a liberdade que lhe foi dada.
A liberdade é um conceito bastante complexo. Muitos autores já falaram sobre ela, e pelo fato de ser algo que o ser humano está sempre em busca, é um tema que vem sempre à tona e se faz necessário ser discutindo novamente. Mas afinal para que ter liberdade?
Quando falamos em liberdade a primeira coisa que vem a nossa cabeça é alguém que pode fazer o que quiser. Pensando numa dimensão ética e na convivência social é fácil percebermos que isso não é possível. Viver em sociedade implica que precisa haver limites em nossas ações, caso contrário voltamos a selva, resolvendo tudo o que deve ser feito pela força, onde aquele que tem maior capacidade de impor sua vontade se sobrepõe aos mais frágeis. Com certeza isso não é o que pensamos por ética na vivência social, e assim não pode ser o que pensamos por liberdade.
Por outro lado, fica uma questão: De onde vem então estes limites? Se estes limites são impostos por outros, pessoas ou grupos, seja com violência ou não, e não dialogam com as buscas individuais das pessoas, sendo apenas impostos pela força, também não estamos falando de um espaço de liberdade.
Desse modo, ser livre precisa ser o encontro entre as liberdades individuais. Assim, a liberdade do outro termina quando começa a minha e vice-versa. Só assim é possível pensar a convivência entre as liberdades. Não se pode pensar a liberdade apenas para algumas pessoas. E para que as liberdades convivam é necessário existir limites.
Está bom, mas então, o que é liberdade? Isso fica para o próximo texto... Confira aqui... "Você realmente é livre? Mas, então, o que é Liberdade?"
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